Abraji presta homenagem a Marcelo Beraba e Angelina Nunes
  • 01.08
  • 2022
  • 11:00
  • Abraji

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Abraji presta homenagem a Marcelo Beraba e Angelina Nunes

Os jornalistas cariocas Marcelo Beraba e Angelina Nunes são os homenageados da 17ª edição do Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), que começa na próxima quarta-feira (03.ago.222) e vai até domingo (7.ago.2022).

Angelina Nunes, 63 anos, nasceu dentro de um trem da Central do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ), quando os pais tentavam chegar ao hospital da Tijuca. Formou-se em 1982 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fez pós-graduação na Escola de Políticas Públicas e Gestão Governamental do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro e tem mestrado em Administração de Negócios em Formação de Executivos Infoglobo do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC/RJ), concluído em 2006

Foi repórter e editora-assistente na rádio MEC (RJ), na TVE (RJ) e na TV Manchete (RJ). Fez parte do jornal O Dia, como repórter de Cidades/Geral, no final dos anos 1980. Migrou em 1991 para o jornal O Globo, onde atuou como repórter de Cidades e editora-assistente da editoria Rio. 

Atual coordenadora do Programa Tim Lopes, da Abraji, Angelina ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo 2000, na categoria Sudeste, com a série Homens de bens da Alerj, que recebeu, em 2004, o Prêmio Rey de España e o Esso de Jornalismo (na categoria Principal). Venceu também o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos 2007, com a série Os brasileiros que ainda vivem na ditadura; o Prêmio CNH de Jornalismo Econômico 2008, na categoria Jornais, e o Prêmio Embratel 2009, na categoria Jornais e Revistas, com a série Favela S/A, e o Prêmio Esso Regional Sudeste 2009, com a série Democracia nas favelas. Foi a primeira mulher presidente da Abraji.

Marcelo Beraba tem 71 anos e começou sua carreira em 1971. Nos primeiros 14 anos como jornalista, atuou como repórter. Desde 1985 assumiu cargos de comando em redações. Formado em Jornalismo pela UFRJ e pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela Universidade Cândido Mendes, deixou a direção do Grupo Estado em 2019, quando completou 48 anos de exercício do jornalismo nos maiores jornais do país, com passagens por Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.

Além do Estadão, trabalhou em O Globo, Jornal do Brasil, TV Globo e Folha de S.Paulo, onde exerceu, entre outras funções, o cargo  de ombudsman. É um dos fundadores e idealizadores da Abraji, entidade que presidiu entre 2003 e 2007. Recebeu, em 2005, em Washington, o Prêmio Excelência em Jornalismo do ICFJ (International Center for Journalism).

Sob a coordenação de Beraba, a sucursal da Folha de S.Paulo no Rio produziu reportagens marcantes, como a revelação do buraco da Serra do Cachimbo, concebido como instalação atômica (1986), e o vazamento na usina nuclear de Angra dos Reis (também de 1986). À frente das redações, Beraba coordenou e planejou grandes coberturas, como as primeiras eleições presidenciais depois do fim da ditadura, criando no mesmo jornal o suplemento da campanha das Diretas Já. Foi um dos fundadores da Abraji, em 2002.

Angelina Nunes e Marcelo Beraba se juntam a outros grandes nomes do jornalismo brasileiro que receberam a homenagem em edições anteriores, como José Hamilton Ribeiro, Joel Silveira, Paulo Totti e Lúcio Flávio Pinto, Rosental Calmon Alves, Zuenir Ventura, Janio de Freitas, Tim Lopes, Marcos Sá Correa, Clóvis Rossi, Elio Gaspari, Santiago Andrade, Dorrit Harazim, Elvira Lobato, Carlos Wagner, Miriam Leitão, Kátia Brasil e Elaíze Farias.

O documentário "Notas sobre investigação jornalística" será exibido na sessão “#Abraji20anos: cerimônia de homenagens”, no dia 5.ago.2022, das 16h30 às 18h na FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), em Higienópolis, São Paulo. O filme é uma realização da Outros Olhos Filmes. A ideia central é homenagear Angelina e Beraba não só por meio de seus próprios trabalhos, mas também pela presença de vários de seus influenciados nas redações do país.

“São dois expoentes, dois símbolos de uma geração. A trajetória profissional de ambos é entrelaçada pela história da Abraji, que eles ajudaram a fundar, 20 anos atrás -- instituição que representaram e ainda representam muito bem. Mas é importante destacar que esta homenagem é prestada pelo imenso papel que esses dois profissionais desempenharam e continuam a desempenhar como jornalistas, nos brilhantes trabalhos que já produziram", complementa Katia Brembatti, vice-presidente da Abraji.

Além do documentário, a sessão vai homenagear Tim Lopes, assassinado 20 anos atrás. O crime abalou a imprensa e fez os meios de comunicação buscarem condições mais seguras para o exercício da profissão. Em vista dessa tragédia, os jornalistas se articularam na criação da Abraji naquele mesmo ano. Bruno Quintella, filho de Tim, e Tânia Lopes, irmã do jornalista, estarão presentes à cerimônia na qual será entregue ainda o V Prêmio Abraji de Contribuição ao Jornalismo, criado em 2014 e que visa reconhecer entidades ou indivíduos que trabalham em favor da imprensa, apesar de não estarem diretamente relacionadas ao setor jornalístico.

O nome escolhido neste ano é o de Taís Gasparian. Advogada especialista na área do direito civil relacionado à mídia, à publicidade e à internet, Gasparian é colaboradora frequente da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. 

Em 2020, foi visiting scholar na Faculdade de Direito da Universidade de Yale (EUA). É mestre em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Foi chefe de gabinete do ministro da Justiça (2002) e é sócia do escritório Rodrigues Barbosa, Mac Dowell de Figueiredo, Gasparian – Advogados. Gasparian colabora com a Abraji desde o início, quando ajudou a redigir seu estatuto social, além de representar a organização em processos e amicus curiae junto ao STF.

Desde 2021 dirige o Tornavoz, associação que se propõe a garantir defesa jurídica especializada àqueles que sofrem processos em razão do exercício da manifestação do pensamento e da expressão.

Já receberam a condecoração da Abraji o economista Gil Castello Branco, da Associação Contas Abertas, ex-diretor-executivo da Transparência Brasil; o pioneiro do jornalismo de dados e cofundador da Transparência Brasil Claudio Weber Abramo; Alberto Dines, pelo trabalho de 20 anos à frente do Observatório da Imprensa; e Sérgio Gomes, da OBORÉ - Projetos Especiais em Comunicações e Artes e integrante do conselho deliberativo do Instituto Vladimir Herzog desde sua fundação.

Tributo aos jornalistas mortos

Pelo terceiro ano consecutivo, a Abraji vai prestar tributo aos jornalistas mortos no último ano. Uma sessão às 16h30 do sábado, 06.ago.2022, com a participação das jornalistas Eliane Brum e Elaize Farias, discute as implicações do assassinato do correspondente britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira.

Mais detalhes sobre o Congresso

Promovido pela Abraji desde 2005, o 17º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo contará com quase 100 atividades e 250 palestrantes. A programação está distribuída em cinco dias. Nos dias 3 e 4 de agosto, será realizada a parte on-line e gratuita do evento, incluindo o IX Seminário de Pesquisa em Jornalismo. A versão presencial e paga (sem transmissão pela internet), ocorrerá de 5 a 7 de agosto, na FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), em Higienópolis, São Paulo. 

O último dia do Congresso é totalmente dedicado à quarta edição do Domingo de Dados, com oficinas sobre jornalismo de dados, além de bastidores de investigações ligadas ao tema.

Atenção: é necessário se inscrever separadamente nos eventos on-line e presencial, sendo que os ingressos para a versão presencial do Congresso e para o Domingo de Dados serão vendidos separadamente. 

Nesta página, você tem acesso à programação completa, além de mais informações sobre os convidados da 17ª edição. Clique aqui para se inscrever na versão on-line. Para adquirir os ingressos da versão presencial, basta acessar esta área da página do Congresso. As principais dúvidas relacionadas ao evento, como o funcionamento do modelo misto, foram respondidas nesta seção.

O 17º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo é uma realização da Abraji e do curso de Jornalismo do Centro Universitário FAAP.

O evento é patrocinado por Google News Initiative, Meta, Luminate, Grupo Globo, Embaixada e Consulados dos Estados Unidos no Brasil, Tik Tok, Itaú, Alma Preta, ARTIGO 19, CNN Brasil, Folha de S.Paulo, Headline, Metrópoles, O Estado de S. Paulo, Poder 360, Revista Cenarium e The Trust Project.

Apoiam institucionalmente Agência Eko, Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação de Jornalismo Digital (Ajor), Associação Nacional de Jornais (ANJ), Associação Nacional de Revistas (Aner), FCB Brasil, Fórum de Direito de Acesso a Informações Públicas, Instituto Palavra Aberta, Jornalistas&Cia, Knight Center for Journalism in the Americas, Portal Imprensa, Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor), Oboré, Textual Comunicação, Transparência Internacional - Brasil e UNESCO. O apoio de mídia é de GloboNews, Grupo RBS, revista piauí, rádio CBN e SBT News. 

Google News Initiative, Meta, Luminate, Itaú, CNN Brasil e O Estado de S. Paulo também patrocinam o 4º Domingo de Dados.
 

Assinatura Abraji