Suspeito de mandar sequestrar jornalista, deputado estadual de RR é cassado
  • 02.03
  • 2022
  • 14:08
  • Abraji

Liberdade de expressão

Suspeito de mandar sequestrar jornalista, deputado estadual de RR é cassado

Foto: Ascom/ Ale-RR

O deputado estadual Jalser Renier (Solidariedade) teve sua cassação decretada na Assembleia Legislativa de Roraima no dia 28.fev.2022. Dos 19 deputados presentes à sessão, 18 votaram a favor da perda do mandato. Depois de 28 anos como deputado e na presidência da Assembleia, Renier foi punido por quebra de decoro parlamentar. Uma das causas do processo de cassação foi a suspeita de que ele teria ordenado o sequestro do jornalista Romano dos Anjos. 

Apresentador do programa “Mete Bronca”, da TV Imperial, afiliada da Record em Roraima, Romano dos Anjos foi sequestrado por homens armados e encapuzados em sua casa, enquanto jantava com sua esposa, em 26.out.2020. O jornalista ficou desaparecido por 12 horas. Foi encontrado na manhã seguinte, na zona rural da cidade, com hematomas e fraturas pelo corpo. À Abraji, Romano disse que, depois da cassação de Renier, pensa em retomar a vida normal. “Voltar a apresentar, voltar para a rádio”, afirmou.

Antes de perder o mandato, o deputado chegou a ser preso em seu gabinete na Assembleia, no dia 1.out.2021. A prisão do deputado fez parte da operação Pulitzer II, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, e que visava a esclarecer o sequestro do jornalista. Renier ficou preso por cinco dias e saiu com um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ). 

Durante o processo de cassação, Renier apelou ao Supremo Tribunal Federal (STF) e conseguiu suspender os trâmites no dia 23.fev.2022. A decisão do STF, no entanto, foi revertida cerca de 28 horas depois, como mostra reportagem da Abraji.

O deputado Soldado Sampaio (PCdoB) assumiu o cargo de presidente da Assembleia Legislativa logo depois da cassação e reverteu todas as medidas adotadas pelo ex-colega no curto período em que foi reconduzido ao cargo pelo STF. 

Assinatura Abraji