• 11.04
  • 2018
  • 14:32
  • Abraji

Liberdade de expressão

Repórteres são alvo de agressões e ofensas na final do Paulistão

Jornalistas trabalhando na cobertura da final do Campeonato Paulista, no último domingo (8.abr.2018), foram agredidos verbal e fisicamente por torcedores do Palmeiras e pela segurança do estádio Allianz Parque, em São Paulo (SP). Profissionais de rádio e TV foram os principais atingidos.

Posicionados atrás de um dos gols no estádio, repórteres foram alvos de objetos atirados por palmeirenses. João Paulo Cappellanes, da Rádio Bandeirantes, foi atingido por cuspe e um sapato. Luiz Teixeira, da Bandnews, por um copo de cerveja. Guto Ablas, por um copo de água e cuspes.

As jornalistas Mariana Pereira (Rádio Trianon/Site Esportudo) e Jade Gimenez (Rádio Coringão/Digital Esportes) foram ofendidas com insultos de cunho sexual e gestos obscenos por torcedores alviverdes.

Ana Thaís Matos (Rádio Globo) foi alvo de machismo e intimidação por parte de um dos seguranças do estádio, ao tentar defender o colega Gustavo Zupak (Rádio Globo/CBN/Esporte Interativo), acusado pelo segurança de fazer gestos obscenos em direção à torcida. Segundo Zupak, o funcionário o ameaçou.

Segundo Teixeira (Bandnews) e André Ranieri, da Jovem Pan, a Federação Paulista de Futebol (FPF) orientou que funcionários mantivessem os jornalistas no local após o fim da partida.  

A FPF informou que o posicionamento dos repórteres de rádio nas linhas de fundo do campo consta no Protocolo de Imprensa da entidade. Segundo nota da Federação, "ao notar os atos de hostilidade por parte da torcida contra os repórteres, a FPF deslocou os repórteres a uma distância segura em relação ao alambrado do Allianz Parque. A FPF lamenta e repudia profundamente os atos de hostilidade e agressões sofridos pelos repórteres". A organização disse estar em contato com a Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo (ACEESP), a Associação dos Cronistas Esportivos do Interior de São Paulo (ACEISP) e a ARFOC (Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos) "para possíveis medidas".

Na tribuna reservada à imprensa, os jornalistas da webrádio Poliesportiva Ramoni Artico, Bruno Filandra Lopes e Ivan Marconato foram atingidos por uma lixeira atirada por um palmeirense, além de terem sofrido ofensas verbais enquanto transmitiam o jogo.

Rodrigo Vessoni, do site Meu Timão, foi ameaçado de agressão física e morte por um torcedor, enquanto estava dentro de uma das cabines destinadas a jornalistas setoristas do Corinthians. Vessoni e outros profissionais que estavam na área foram alvos de objetos, lixo e pedras jogados por torcedores.

Em resposta a ofício da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo (ACEESP), o Palmeiras garantiu que aumentará a segurança nos setores do Allianz Parque destinados à imprensa.

A Abraji repudia as agressões contra os profissionais da imprensa e condena a inépcia da Sociedade Esportiva Palmeiras em garantir a segurança de jornalistas durante a cobertura. Torcedores, por sua vez, devem compreender a natureza do trabalho jornalístico e não transferir suas paixões aos e às repórteres.

Diretoria da Abraji, 11 de abril de 2018.

Assinatura Abraji