• 27.08
  • 2006
  • 15:13
  • Belisa Figueiró

Repórter é ameaçada de morte no Rio

A repórter Maria Mazzei, do jornal "O Dia", do Rio de Janeiro, vem recebendo ameaças e intimidações por telefone desde que começou a denunciar a "Máfia dos Corpos", em 13 de maio desde ano. Ela escreveu uma série de reportagens contando a negociação iniciada dentro do Instituto Médico Legal (IML) para venda de cadáveres e documentos falsos de óbito. Mesmo após diversas manifestações da imprensa, os telefonemas continuam.

Segundo o comunicado oficial do jornal, assim que foi publicada a primeira reportagem, duas pessoas foram presas e a primeira ameaça foi recebida. Na ligação anônima, diziam que "seria enterrada como indigente" como os personagens da reportagem. O jornal registrou ocorrência na 5ª Delegacia Policial do Rio de Janeiro, mas Mazzei voltou a ser ameaçada em junho, quando uma segunda matéria foi publicada, relatando uma gravação em que um ex-oficial da Marinha Marcante, Yussef George Sarkis, admite ter forjado seu próprio assassinato, usando a sua identidade no lugar de um indigente.

Um carro passou a rondar a casa da jornalista, parentes dela foram abordados por desconhecidos e também receberam telefonemas anônimos. Na mesma noite, o jornal decidiu levar a repórter e sua família para um lugar seguro, em carro blindado, com escolta policial.

Em agosto, Mazzei continuou recebendo ameaças, embora o jornal tenha enviado uma carta ao secretário estadual de Segurança, delegado Roberto Precioso, pedindo segurança ao Estado. A Corregedoria de Polícia Civil está investigando o caso, mas informou ao diário "que não há qualquer retorno para a captura dos responsáveis", mesmo depois de três meses da primeira tentativa de intimidação.


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Assinatura Abraji