Polícia Civil de SP apura denúncia de ameaça de morte contra jornalista do DCM
  • 08.10
  • 2020
  • 13:13
  • Abraji

Liberdade de expressão

Polícia Civil de SP apura denúncia de ameaça de morte contra jornalista do DCM

A Polícia Civil de São Paulo instaurou inquérito para apurar uma ameaça de morte contra o jornalista Pedro Zambarda, colaborador do site Diário do Centro do Mundo. Na última sexta-feira (02.out.2020), Zambarda denunciou, por meio de um boletim de ocorrência, uma mensagem que recebeu pelo celular depois de ter publicado uma matéria sobre “ondas de ódio” nas redes sociais e a violência de postagens por parte de militantes.

Na mensagem enviada no dia 29.set.2020, uma pessoa criou um grupo de WhatsApp chamado "Aviso" e escreve que a próxima reportagem de Zambarda seria quantos tiros ele levaria. No BO 1088/2020, registrado na 18º DP da capital paulista, o repórter do DCM afirma ter apurado com fontes que o número de telefone de onde a ameaça partiu, identificado no celular como "Corona", pertente ao ex-assessor parlamentar Leonardo Antonio Corona Ramos, citado na reportagem veiculada no dia 27.set.2020.

Ainda de acordo com Zambarda, no mesmo dia da publicação da matéria, a namorada de Corona, Janaina Toledo, também disparou mensagens homofóbicas contra ele pelo WhatsApp. O casal estaria morando no Reino Unido.

O jornalista se disse chocado com o teor das mensagens que recebeu:

“Sendo um repórter que está cobrindo o chamado gabinete do ódio e a rede de militantes extremistas do Bolsonaro, estou acostumado com hostilidades e agressões verbais dentro e fora das redes. No entanto, uma ameaça de morte por tiros escrita no meu WhatsApp ultrapassa qualquer limite do aceitável. É uma violência contra mim, o DCM, a imprensa brasileira e todos os repórteres que cobrem criticamente o governo federal”.

A Abraji não conseguiu localizar Leonardo Corona. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o caso foi registrado como injúria e ameaça, tendo sido encaminhado ao 51º DP. Ainda segundo o informe enviado à Abraji, “a unidade instaurou inquérito policial e investiga todas as circunstâncias do caso”.

De acordo com a reportagem do DCM, Corona foi funcionário do deputado estadual pelo PP de São Paulo Conte Lopes e teria deixado a Alesp depois de ter seu nome envolvido em denúncias de funcionários fantasmas. A Abraji enviou mensagem para o gabinete de Conte Lopes, mas não obteve resposta. 

O artigo 147 do Código Penal Brasileiro define ameaça de morte como crime grave, impondo multa ou pena de detenção de um a seis meses.

Assinatura Abraji