• 04.11
  • 2008
  • 17:09
  • Abraji

Militar fala sobre papel do Exército em curso sobre Jornalismo em Áreas de Conflito

Sob o tema “Regras de engajamento do Exército em diferentes situações: guerra, missões de paz e policiamento”, o tenente-coronel Ricardo Vendramin, do Centro de Comunicação Social do Exército em Brasília, falou aos participantes do 3 º curso de Jornalismo em Áreas de Conflito Armado e outras Situações de Violência.

Organizado pela Oboré, em parceria com a Abraji e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, o evento reúne jornalistas indicados por veículos convidados como a Folha de S. Paulo, CBN, Diário de S. Paulo, Canal Universitário e TV Cultura. O curso, que será ministrado até o dia 6 de novembro na sede da Oboré (centro de São Paulo), visa aproximar os profissionais do conhecimento mínimo sobre as leis da guerra, ou Direito Internacional Humanitário, entendendo este conjunto de normas como uma ferramenta útil para a observação, a análise e a reportagem em situações de conflito armado. 

Segurança
Vendramin destacou que a imparcialidade numa cobertura de conflito contribui para a segurança. “O jornalista não pode se envolver, manipulando fotos e criando imagens ou atuando de forma clara para influenciar a opinião mundial. Se ele o faz se torna parte do conflito, e passa a ser visto como alvo também”, alerta. “Além disso, é importante que a interação com a mídia permita que a comunidade seja esclarecida com base na verdade”.

O tenente-coronel lembra ainda que hoje os repórteres se deparam com uma situação muito mais arriscada nesse tipo de cobertura devido ao enfraquecimento das leis internacionais e da ONU. “A própria prisão de Guantânamo é uma prova de que há uma fragilidade nessas normas e que há necessidade de uma reavaliação. O jornalista tem que ter em mente a situação atual e o risco real”, defendeu.

Nova postura
Segundo o palestrante, o Exército passou recentemente a adotar uma postura mais aberta com relação à imprensa e convida os jornalistas a buscarem a instituição como fonte de suas matérias. “Estamos abertos a visitas, telefonemas, qualquer coisa. Preferimos um jornalista desabando o mundo sobre nós do que publicando algo sem nos ouvir. Estamos fazendo um esforço por transparência”. Ele alega que “a idéia não é esconder os erros, mas mostrá-los com base na verdade”.
O militar disse ainda que os jornalistas convidados para cobertura pelo Exército tem suporte estratégico da instituição.

Programação

3/11 – Cobertura de conflitos em áreas de risco – como se comportar? - Marcelo Moreira, jornalista da TV Globo - Rio e representante do International News Safety Institute (INSI)

4/11 – Regras de engajamento do Exército em diferentes situações: guerra, missões de paz e policiamento– tenente-coronel Ricardo Vendramin, do Centro de Comunicação Social do Exército em Brasília

5/11 – Marco jurídico do Direito Humanitário Internacional e definições sobre o que é guerra e outras situações de conflito - Gabriel Valladares, assessor jurídico do CICV

6/11  – Regras de engajamento da polícia em situações de conflito e o que o manual da polícia recomenda fazer nessas circunstâncias - André Vianna, coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo

Assinatura Abraji