Live da Abraji recebe Dulcinéia Novaes em conversa sobre telejornalismo em tempos de pandemia
  • 10.07
  • 2020
  • 14:51
  • Abraji

Formação

Live da Abraji recebe Dulcinéia Novaes em conversa sobre telejornalismo em tempos de pandemia

Dulcinéia Novaes é a convidada da 13ª Live da Abraji sobre jornalismo e covid-19. Marcada para a próxima terça-feira, 14.jul.2020, às 21h, a entrevista é comandada por Adriana Barsotti, diretora da Abraji. Repórter da afiliada da Rede Globo no Paraná, a RPC, Novaes vai falar sobre a evolução da reportagem na televisão ao longo de seus 39 anos de carreira, as adaptações à crise sanitária e a representatividade do jornalista negro.

A jornalista é conhecida por suas participações no Globo Repórter e no Jornal Nacional. Novaes já fez matérias especiais em Moçambique, Noruega, Madagascar e, mais recentemente, nas Ilhas Canárias. Por ter 64 anos, a repórter foi aconselhada a ficar em casa para evitar contaminação pelo novo coronavírus. Aceitou o desafio prontamente. Com um notebook  e os softwares da emissora instalados,  a jornalista mantém sua rotina de trabalho. “Eu comecei a fazer entrada ao vivo de casa, produzir as matérias. Os editores me pautam, eu também me pauto”, conta.

Mesmo assim, a jornalista revela que “sua rotina se alterou completamente.” “São trinta e tantos anos fazendo só reportagem de rua”, comenta. Antes ela contava com um repórter cinematográfico cuidando do enquadramento, da iluminação e da qualidade do áudio. “Sozinha, eu tenho que procurar o melhor ângulo, pedir para o entrevistado não gravar de costas para uma janela para não ficar na contraluz. Saber se ele está falando comigo pelo celular ou por tablet e ajustar a gravação ao aparelho. A gente pede ajuda aos próprios entrevistados para poder ilustrar as reportagens", explica.

Homenageada pelo Troféu Raça Negra na categoria jornalista feminino, Novaes afirma que sua posição no jornalismo “importa muito, porque as pessoas hoje me têm como referência". Dulcinéia Novaes vem acompanhando as mobilizações nacionais e mundiais antirracistas, que trouxeram números drásticos sobre a população negra. “Aquela estatística de que, a cada 23 minutos, um jovem negro é morto no Brasil, me preocupa muito. Eu tenho dois filhos, dois jovens negros”, diz.

Dulcinéia citou como um espaço de mudança o debate sobre racismo realizado pela GloboNews e transmitido depois pelo Globo Repórter. “É algo que precisa ser fortemente combatido, porque somos todos iguais”.

Nas semanas anteriores, as lives da Abraji receberam Ana Lucia Azevedo (O Globo), Raull Santiago (Coletivo Papo Reto), Kátia Brasil (Amazônia Real), Vinícius Assis (correspondente brasileiro na África), Ciara Carvalho (Jornal do Commercio), Tai Nalon (Aos Fatos), Ruben Berta (Blog do Berta), Milton Jung (CBN), Catarina de Angola (Angola Comunicações), Miriam Leitão (Grupo Globo), Mauro Pimentel (AFP) e Basília Rodrigues (CNN Brasil). A íntegra das conversas está disponível no Instagram.

O Programa Tim Lopes de Proteção aos Jornalistas, desenvolvido pela Abraji, também organizou quatro lives sobre os desafios de fazer jornalismo na fronteira, os 18 anos do assassinato de Tim Lopes e estratégias de segurança digital para profissionais da imprensa.

Assinatura Abraji