• 04.06
  • 2008
  • 16:09
  • INSI

INSI cobra agilidade das autoridades para punir agressores de profissionais do jornal 'O Dia'

O INSI (International News Safety Institute), uma organização não-governamental dedicada à segurança dos jornalistas, divulgou nota em diz que uma das únicas maneiras de evitar que os jornalistas parem de investigar a ilegalidade no Rio de Janeiro é “uma ação rápida e eficiente das autoridades em investigar e levar os responsáveis à Justiça”.  Veja abaixo, a nota traduzida e a versão original, em espanhol. 

"O seqüestro, a tortura e a violência contra a equipe de reportagem do diário “O Dia”, em meados de maio, evoca a terrível recordação de Tim Lopes, repórter da Globo.

A Equipe de “O Dia” assumiu os riscos implícitos na investigação de um tema polêmico para a opinião pública carioca e para a democracia brasileira. Eles decidiram investigar de dentro, utilizando técnicas jornalísticas, as atividades das milícias em bairros pobres do Rio de Janeiro.

Conseguiram informações dentro da favela Batán, região Oeste da cidade, sobre as atividades ilícitas das chamadas milícias. Essas milícias são policias que depois de combater os grupos de traficantes se instalam nas comunidades sob o pretexto de restaurar a paz.

O tema milícias era de conhecimento público na cidade. Todos os jornalistas e habitantes bem informados do Rio de Janeiro, e em especial os moradores dos bairros dominados pelas milícias, tinham conhecimento das mesmas. Conheciam a extorsão dos habitantes das comunidades dominadas pelas milícias, que cobram por segurança e outros “serviços” e o terror que impõem aos moradores como mecanismo de domínio territorial.  No entanto, essa equipe de “O Dia” decidiu investigar a fundo o tema, converter rumores em trabalho jornalístico e assumir os riscos.

 O jornal “O Dia” e outros veículos da cidade, por iniciativa do sindicato de jornalistas local e dos donos dos meios de comunicação, decidiram desde 2006 investir na segurança de seus jornalistas e funcionários. Entre outras atividades relacionadas com a segurança dos profissionais, mais de cem jornalistas receberam treinamento sobre cobertura de violência desde 2006. Uma das finalidades desse treinamento era dar ferramentas práticas aos jornalistas cariocas que lhes permitissem investigar temas relacionados à violência urbana na cidade

Com o seqüestro e tortura de sua equipe, o “O Dia” pagou a realização dessa reportagem tão necessária para as sociedades carioca e brasileira.  Daqui para frente, haverá jornalistas e jornais que assumam de novo o risco de investigar esse tipo de tema?
 
Depois da morte Tim Lopes, houve um vasto silêncio por parte dos meios de comunicação cariocas sobre temas relacionados com as atividades ilegais nos bairros do Rio de Janeiro. Algo mais que compreensível e racional.
 
A única maneira de evitar este risco é uma ação rápida e eficiente das autoridades em investigar e levar os responsáveis à Justiça. E a Justiça, por sua vez, julgar e punir os responsáveis. O Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, O Sindicato dos Donos dos Meios de Comunicação e o INSI instam as autoridades administrativas e judiciais do país a atuar de forma expedita neste caso que há consternado as comunidades jornalística e carioca."

Versão original, em espanhol
"El secuestro, tortura y violencia contra el equipo de investigaciones del diario O Dia a mediados de mayo, evoca el terrible recuerdo de Tim Lopes, reportero de O Globo.

El equipo de O Dia asumarió los riesgos implìcitos en la investigación de un tena candente para lo opinión pública carioca y para la democracia brasileña. Decidieron investigar desde dentro y valiéndose de técnicas periodísticas, las actividades de las milicias en las barriadas pobres de Rio de Janeiro.

Recabaron información dentro de la favela Batán, al oeste de la ciudad, sobre las actividades delictivas de las denominadas milicias. Estas milicias son policías que tras combatir las bandas de distribuidores de droga dentro de los barrios, las desplazan y se instalan ellos so pretexto de restaurar la paz.

El tema de las milicias era del conocimiento público en la ciudad. Todos los periodistas y habitantes informados de Rio de Janeiro, y en especial los habitantes de las barriadas afectadas por las milicias, conocían la existencia de las mismas. Conocían la extorsión  contra los habitantes de las barriadas cometidas por las milicías, cobrandoles por seguridad y otros "servicios", y el terror que siembran entre los pobladores como mecanismo de dominio territorial. Sin embargo, este equipo de O Dia, decidió investigar a fondo el tema, convertir el rumor en trabajo periodìstico y asumir los riesgos.

El diario O Dia junto a otros medios de comunicación de la ciudad, y por iniciativa de la organización sindical de periodistas locales y de los dueños de los medios de comunicación, decidieron desde 2006 invertir en la seguridad de sus periodistas y trabajadores. Entre otras actividades relacionadas con la seguridad de los trabajadores, más de 100 periodistas han recibido entrenamiento en materia de cobertura de violencia desde 2006. Una de las finalidades de dicho entrenamiento era dar herramientas pràcticas a los periodistas cariocas que les permitierán investigar temas relacionados con la violencia urbana en la ciudad.

Con su secuestro y tortura el equipo de O Dia pagó la realización de esta investigación tan necesaria para la sociedad carioca y del Brasil. De aquí en adelante, habrá periodistas y diarios que asuman de nuevo el riesgo de investigar ese tipo de temas?

Tras la muerte de Tim Lopes, hubo un largo silencio por parte de los medios de comunicación cariocas sobre temas relacionados con las actividades delictivas en los barrios de Rio de Janiero. Algo más que comprensible y racional.

La única manera de sortear este riesgo es una actuación rápida y eficiente de las autoridades en investigar y llevar a los responsables a los tribunales. Y los tribunales a su vez de juzgar y dar castigo a los responsables. El Sindicato de Periodistas de Rio de Janeiro, el Sindicato de Dueños de los medios de Rio de Janeiro y el INSI instan a las autoridades administrativas y judiciales del país a actuar de forma expedita en este caso que ha consternado a la comunidad periodística y carioca."

Assinatura Abraji