• 03.12
  • 2009
  • 16:45
  • FOPEA

Destino do dinheiro público argentino é tema  da primeira reportagem da unidade investigativa do Fopea 

A Unidade de Investigações Jornalísticas do Fórum de Jornalismo Argentino (FOPEA) concluiu seu primeiro trabalho. O tema da investigação foi o dinheiro destinado pelo governo a fundações e ONGs do país.


A iniciativa faz parte de um projeto pioneiro no qual três repórteres e um editor foram selecionados pelo Fórum para realizar uma reportagem investigativa. “É a primeira vez que se realiza uma experiência desse tipo na Argentina, onde as equipes de investigação sempre estiveram nos grandes meios. Também é uma modalidade bastante nova em nível internacional”, diz Gabriel Michi, presidente do FOPEA. O objetivo da iniciativa é incentivar o jornalismo investigativo e, dessa forma, elevar o padrão do jornalismo em geral.


A reportagem “Os sub$ídios da política” mostra como o dinheiro público é freqüentemente destinado a entidades ligadas a políticos ou funcionários do Estado. São milhões de pesos por ano cujo destino deveria ser a assistência social, mas que nem sempre cumprem essa finalidade.  


Segundo Michi, o FOPEA procurou escolher um tema que se relacionasse com qualquer tipo de cidadania e que pudesse se encaixar em publicações com diversos perfis. Isso porque todo o trabalho multimídia resultante foi disponibilizado gratuitamente para veículos de todo o país, que podem utilizá-lo contanto que dêem o crédito da matéria à Unidade de Investigações Jornalísticas. O material pode ser encontrado no site da Fopea, ou então aqui.


A investigação durou dois meses, e foi conduzida ao longo de outubro e novembro de 2009. Segundo Michi, a falta de controle sobre a verba pública destinada a entidades privadas é um tema que nunca havia sido investigado com profundidade no país, havendo muitas entidades que servem como fachada para a captação de recursos por políticos que querem financiar suas carreiras. “E tudo isso se faz sem maior controle do Estado”, afirma o jornalista.


O grupo que realizou o trabalho é formado pelos repórteres Ricardo Mosso e Abel Escudero Zadrayec e pelo assistente Martín Grosz. A ideia é que a iniciativa tenha continuidade e que sejam realizadas outras reportagens com outros jornalistas. “É uma aposta do FOPEA em apoio ao jornalismo investigativo que continuemos como um ator central da vida em democracia e como um mecanismo de elevação dos padrões da profissão. Além disso, é um projeto sem fins lucrativos em que nossa organização busca melhorar a qualidade do trabalho jornalístico”, explica Michi.


O resultado das investigações foi publicado não só por sites da Internet, mas também por rádios e meios gráficos, principalmente do interior do país. “Também houve boa repercussão através de blogs e redes sociais como o Twitter e o Facebook, assim como organizações jornalísticas por todo o mundo”, comemora Michi. A iniciativa terá continuidade este mês, quando começa a trabalhar uma outra equipe sobre um outro tema.


A unidade de investigações tem apoio do Knight Center for Journalism in the Americas, entidade da Universidade do Texas que busca promover as boas práticas do jornalismo por toda a América.

Assinatura Abraji