
- 03.09
- 2025
- 19:50
- Abraji
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Confira o que foi discutido na trilha de cobertura especializada do 20° Congresso
A cobertura jornalística de segurança pública, educação, esportes e internacional foi destaque na trilha de cobertura especializada do 20° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. Durante os três dias de evento, jornalistas e especialistas debateram e deram dicas de como cobrir os temas. Confira a seguir os principais destaques das atividades.

Participantes na mesa “Menos correspondentes, mais notícia: como fazer uma boa cobertura internacional?”
*Foto: Melvin Quaresma/Abraji
O número de correspondentes vem caindo, à medida que há maior necessidade de jornalistas com senso crítico e especialização para entender o que está em jogo na cobertura internacional. Na atividade, que discutiu a importância do trabalho dos correspondentes, participaram Adriana Mabilia, editora internacional na TV Cultura e comentarista de notícias na Rádio Cultura; Leda Balbino, jornalista em O Globo, e Mariana Sanches, colunista do UOL. A mediação foi de Maria Esperidião, jornalista e pesquisadora.
A mesa debateu o estado atual da categoria, a importância do correspondente e como trazer outros olhares além daqueles veiculados pelas principais agências de notícias do mundo. O ponto principal do trabalho de um correspondente, defendido pelas três palestrantes, é trazer uma visão especial das notícias de um determinado país. O diferencial desse tipo de repórter não é somente relatar o que acontece com a população de outro lugar do mundo, mas sim analisar seu entorno. Confira a cobertura completa aqui.

Palestrantes da mesa “O jornalismo esportivo pode alavancar a discussão social?”
*Foto: Gadiel Oliveira/Abraji
Na atividade “O jornalismo esportivo pode alavancar a discussão social?”, Juca Kfouri, colunista do UOL; José Trajano, comentarista do UOL; Dorrit Harazim, jornalista e documentarista, e Jairo Nascimento, apresentador na CNN Brasil, debateram como o jornalismo esportivo deve ir além dos campos e quadras, levantando pautas sociais e questionando estruturas de poder.
Juca Kfouri disse que “não se trata de politizar o que não deve ser politizado, trata-se de cobrir com os olhos da realidade um evento que está carregado por todas as camadas da sociedade”. E Dorrit Harazim afirmou que, para ser um bom repórter esportivo, é necessário ser um bom cidadão, antenado e ativo socialmente. Além de ler muito. Confira a matéria sobre a atividade aqui.

Jornalistas especializados na mesa “Como cobrir segurança pública na linha de frente?”
*Foto: Amanda Gouvea/Abraji
Jornalistas especializados em segurança pública destacaram o olhar atento do repórter, preparo e técnicas refinadas de apuração como pontos essenciais na cobertura do tema. Valmir Salaro e Jeniffer Mendonça, repórteres freelancers, e Adriana Cruz e Gabriela Moreira, jornalistas da TV Globo, compartilharam experiências e revelaram as complexidades que envolvem a rotina de investigações de casos de segurança pública.
Um dos questionamentos levantados foi sobre como ouvir o outro lado. Para Adriana Cruz, é preciso escutar, mas sempre atento ao fato de que toda fonte pode mentir. Valmir Salaro destacou a importância de não se acomodar com uma única versão dos fatos, defendendo uma apuração aprofundada e um olhar abrangente. Saiba mais sobre o que foi discutido na atividade clicando neste link.

Participantes e palestrantes na mesa “Como fazer jornalismo econômico pensando na eliminação de desigualdades no Sul Global?”
*Foto: Gadiel Oliveira/Abraji
Como fazer jornalismo econômico pensando na eliminação de desigualdades no Sul Global? Guiados por esse questionamento, Flávia Oliveira, comentarista na GloboNews, e Afonso Chavo, jornalista de Moçambique, mediados por Thais Carrança, da BBC News Brasil, deram dicas de como fazer um jornalismo econômico diverso, com linguagem acessível e mais aproximado de questões do dia a dia.
Thais Carrança afirmou que o jornalismo econômico é muito mais que grandes indicadores econômicos e a cobertura de finanças. Para Afonso Chavo, o papel do jornalista é apresentar dados econômicos, mas também questioná-los e transformá-los em algo compreensível para o público. E Flávia Oliveira sugere que os jornalistas busquem diversificar sua agenda de fontes para ecoar vozes negras, femininas e periféricas. “É sobre falar de Paraisópolis e não só da Faria Lima”, disse. Confira a matéria sobre a atividade aqui.

Especialistas debateram sobre jornalismo de educação na mesa “Transparência na educação: conciliando
a busca por informação e o direito à privacidade”
*Foto: Luciana Vassoler/Abraji
Uma das atividades da trilha de cobertura especializada tratou sobre o jornalismo de educação. Especialistas discutiram como a nova política de divulgação do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) prejudica a transparência e o acesso às informações sobre educação no Brasil. A medida dificulta também a formulação de políticas públicas assertivas, análises acadêmicas e investigações jornalísticas.
“Não estamos conseguindo fazer uma leitura correta da realidade dos estudantes brasileiros em muitas camadas. Não estamos entregando isso para a sociedade. A produção de publicações como o Anuário de Educação abastece o jornalismo, a sociedade, pesquisadores e, inclusive, o poder público”, afirmou Daniel Corrá, gerente de comunicação do Todos Pela Educação. Além dele, também participaram da mesa Clarissa Luz, sócia fundadora da LuzLaw, Fernanda Campagnucci, diretora-executiva do InternetLab, Thamires Mirolli, gerente de conhecimento, dados e pesquisas na Fundação Lemann, e Renata Cafardo, cofundadora da Jeduca. Confira a cobertura completa da palestra neste link.
A cobertura do 20° Congresso foi realizada pela Redação-Laboratório da Oboré, que produziu matérias destacando os principais pontos discutidos nas atividades. O conteúdo completo pode ser acessado no site www.congressoabraji.wordpress.com.
Inscrições para o Congresso online
Ainda dá tempo de assistir as atividades do 20º Congresso da Abraji. O ingresso para a modalidade online é gratuito. Ele dá acesso às mesas transmitidas ao vivo do Teatro ESPM. Os conteúdos ficam disponíveis para acesso até o final de novembro. Faça sua inscrição no site do evento através do link: congresso.abraji.org.br/inscreva-se.
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*Foto da capa: Gadiel Oliveira/Abraji