
- 19.06
- 2025
- 16:41
- Abraji
Liberdade de expressão
Abraji repudia uso da Abin para investigar e perseguir jornalistas
A Abraji repudia com veemência e considera estarrecedora a forma como a Abin foi utilizada, ilegalmente, para investigar, fustigar e tentar atingir a reputação de jornalistas e outras personalidades que tiveram postura crítica ao governo Bolsonaro.
Em novembro de 2024, foi revelada uma investigação da Polícia Federal sobre a existência de uma estrutura dentro da Abin para perseguir opositores e jornalistas no governo Bolsonaro. Mas só agora, com o levantamento do sigilo pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o relatório da PF, toma-se conhecimento de como estrutura, funcionários e ferramentas da Abin foram usados.
Uma perseguição que incluiu investigação ilegal e orquestração de campanhas de difamação e desinformação sobre os jornalistas e demais vítimas.
Como destacou a Polícia Federal no relatório, a chamada Abin paralela fez levantamentos e produziu informações “contra jornalistas críticos ou que investigavam a estrutura de difusão de desinformação do governo, sob ordens de 'futucar’, ‘explodir’, ‘focar’ ou aplicar ‘ferro’”.
O caso ainda está em apuração e não se sabe sua total extensão. Já foram divulgadas listas de nomes de jornalistas e veículos de comunicação que foram alvos, mas esse rol pode crescer e ser confirmado à medida que a apuração avança.
A Abraji se solidariza com esses profissionais e insta o Supremo Tribunal Federal a prosseguir com as investigações e com a responsabilização dos mandantes e agentes que causaram tal deformação do sistema de inteligência do Brasil. Não é admissível que cidadãos e cidadãs sejam monitorados e atacados por uma estrutura do Estado, em especial por realizarem o seu trabalho de investigar os poderes públicos.
Diretoria da Abraji, 19 de junho de 2025.
