Abraji repudia intimidação a repórter em delegacia de São Paulo
  • 15.06
  • 2020
  • 16:20
  • Abraji

Liberdade de expressão

Abraji repudia intimidação a repórter em delegacia de São Paulo

A Abraji repudia os atos envolvendo forças de segurança paulistas contra o repórter Luís Adorno, do UOL, durante cobertura de manifestação na Avenida Paulista no domingo, 14.jun.2020.

Escalado para cobrir protestos contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Avenida Paulista, Adorno foi empurrado por um policial militar, o que fez com que seu celular caísse no chão e se quebrasse. 

A partir daí, segundo nota publicada nesta segunda-feira (15. jun. 2020) pelo UOL, o repórter, autodeclarado negro, foi submetido a uma série de constrangimentos, intimidações e humilhações para registrar um Boletim de Ocorrência contra o PM que o agrediu.

Além de ter sua ferramenta de trabalho inviabilizada por quem deveria proteger os cidadãos, no relato de Luís Adorno à Abraji fica evidente uma inversão arbitrária de papéis. O clima de ironia entre os policais civis e militares e as condições do depoimento prestado - sem qualquer privacidade - são inaceitáveis.
 
Todos os dias, repórteres se expõem à uma eventual contaminação pelo coronavírus ou a agressões para levar informações importantes à sociedade. A Abraji rejeita qualquer atitude que prejudique o exercício da profissão e ameace a liberdade de imprensa.

Instamos as autoridades de segurança de São Paulo a reverem suas práticas e garantirem a segurança dos jornalistas durante a cobertura de eventos públicos. As corregedorias das polícias Civil e Militar do Estado de São Paulo devem apurar a conduta dos agentes públicos e punir os responsáveis. 

Diretoria da Abraji, 15 de junho de 2020.

 

Assinatura Abraji