Abraji repudia agressão sofrida por repórter da Globo em Niterói (RJ)

A  Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) denuncia e repudia a agressão sofrida pelo repórter Erick Rianelli, da TV Globo, no Rio de Janeiro. Na tarde de quinta-feira (17.nov.22), o jornalista e um repórter cinematográfico faziam a cobertura de uma audiência no Fórum Criminal de Niterói (RJ) quando foram ofendidos e agredidos pela defensora pública aposentada Cláudia Barrozo e por sua filha.

Cláudia Barrozo é ré em um processo de racismo. Em maio deste ano ela foi flagrada insultando dois entregadores negros que faziam entregas no condomínio onde ela mora, em Niterói. Ela usou o termo racista “macaco” para ofendê-los e, filmada, a cena repercutiu por todo o país. Ontem, a acusada participava de uma audiência do processo e, na saída, dentro fórum, ela agrediu os jornalistas. Além de Rianelli, que machucou o rosto e teve seus óculos quebrados, a mulher avançou contra outro repórter, Raoni Alves, do G1, tentando acertar-lhe um chute.

Toda a cena ocorreu dentro do fórum, em espaço no qual os jornalistas tinham autorização para trabalhar. Eles estavam devidamente credenciados e apenas exerciam sua função de acompanhar um caso de crime de racismo, de interesse público.

Mesmo gritando e derrubando coisas pelo corredor, a mulher não foi abordada por nenhum segurança da Justiça. Acompanhado pelo advogado da emissora, Rianelli teve de interromper seu dia de trabalho para prestar queixa na polícia e fazer exame de corpo de delito, que confirmou o ferimento no nariz.

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro rechaçou o ato da aposentada, lembrando que sua prática não coaduna com as diretrizes da instituição. O Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro também se manifestou. A Abraji se une a essas instituições para se solidarizar com o repórter e repudiar a atitude da acusada de racismo, lembrando que, neste caso, o direito de informar se sobrepõe ao de privacidade. É importante também que o Fórum de Niterói se responsabilize pela segurança das pessoas no prédio, sobretudo em casos cuja importância chamam a atenção da sociedade e exigem acompanhamento da imprensa.

Diretoria da Abraji, 18 de novembro de 2022.