Abraji monitora bloqueios de jornalistas no Twitter por autoridades públicas
  • 23.09
  • 2020
  • 10:45
  • Mirella Cordeiro

Liberdade de expressão

Abraji monitora bloqueios de jornalistas no Twitter por autoridades públicas

Um comentário, uma pergunta ou uma crítica. Basta um tweet para que jornalistas sejam bloqueados por autoridades no Twitter. Em mai.2020, a Abraji fez um levantamento desses impedimentos e recebeu 28 denúncias. A partir de setembro, o monitoramento será realizado de maneira contínua até agosto de 2021.

“Uma dia estava bloqueado. Deve ter acontecido, porque eu eventualmente o interpelava no Twitter, fazendo perguntas que ele deve considerar incômodas, mas que qualquer repórter do mundo faz”, conta o jornalista João Paulo Charleaux, bloqueado pelo perfil do presidente Jair Bolsonaro.

Para o repórter especial do Nexo, o cancelamento no Twitter dificulta o trabalho de apuração, mas não o impede. “É sobretudo uma forma de mostrar desprezo pela imprensa, cuja função é acompanhar a gestão dele para impedir que o ambiente comunicacional se transforme em um terreno exclusivo da propaganda”.

A questão é abordada no Projeto de Lei 2630/2020, o PL das fake news, aprovado no Senado e que está sob discussão no Congresso. De acordo com o artigo 18, perfis de autoridades e órgãos públicos nas redes sociais são de interesse público e, por isso, não podem restringir o acesso de outras contas a suas publicações.

Com o apoio da Open Society Foundations, a Abraji retoma o monitoramento por um ano. Jornalistas de sites independentes, coletivos e da grande imprensa podem preencher um formulário relatando o caso e anexar um print da tela com a mensagem de bloqueio. O objetivo do projeto é incentivar a discussão sobre a legalidade dessa prática.

Clique aqui para preencher o formulário.

Assinatura Abraji