Abraji libera oficinas sobre eleições do 17º Congresso para seus associados

Com o objetivo de auxiliar jornalistas na cobertura eleitoral, a Abraji disponibilizou para seus associados conteúdos do 17º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo que tratam do tema. A programação do Congresso da Abraji de 2022 ofereceu a jornada “Eleições 2022”, formada por uma série de cursos, oficinas e debates. Jornalistas e estudantes associados à organização poderão assistir a três oficinas focadas no assunto.

Na oficina on-line “No rastro de tuítes apagados de políticos”, especialistas ensinam diferentes meios de levantar uma base de dados das publicações apagadas por políticos e figuras públicas na rede social. Os convidados são Eduardo Goulart de Andrade, editor de Brasil do OCCRP, Lucas Lago, idealizador do Projeto 7c0, e Rute Pina, repórter de política e gênero da Universa (UOL), que mediou a atividade.

Por meio da base de dados levantada, é possível descobrir, por exemplo, a frequência com que os candidatos apagam tuítes na plataforma e os assuntos que eles estão suprimindo em um dos principais canais de comunicação com o público. Wayback Machine, archive.today, LAI (Lei de Acesso à Informação) e o Projeto 7c0 são alguns dos recursos apresentados na oficina. Vale conferir a conta do Projeto 7c0 no Twitter em que são publicados os tuítes deletados por atores políticos do país.

Em outra oficina, Cristiano Pavini, fundador do portal Fa rolete, Marcelo Issa, diretor-executivo do Transparência Partidária, e Marina Gama Cubas, jornalista investigativa e cientista de dados, dão dicas de como coletar dados eleitorais que estão acessíveis na internet. O encontro foi mediado pelo editor sênior do Poder360 e diretor da Abraji Tiago Mali.

A oficina “Por onde navegar para obter dados eleitorais?” explica, entre outros recursos, como realizar investigações a partir do DivulgaCand, plataforma que agrupa informações de candidatos nas eleições. Examinar os bens declarados pelos políticos está entre as possibilidades oferecidas pelo sistema, que é desenvolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Prevendo os desafios que a desinformação estabeleceria nas eleições deste ano, a Abraji inseriu na programação do Congresso a oficina “Como desmontar uma desinformação eleitoral” para ajudar repórteres na verificação desse tipo de conteúdo. Dividida em duas partes, a oficina aborda separadamente os formatos por meio dos quais conteúdos descontextualizados, enganosos e deliberadamente falsos são disseminados - texto, imagem, áudio, vídeo e gráfico.

Para essa atividade, foram convidados os jornalistas especializados em checagem de fatos Alessandra Monnerat, Bernardo Barbosa, Luisa Alcantara e Silva, Pablo Fernandez, Raphael Kapa e Sérgio Lüdtke.

As três oficinas foram oferecidas de forma assíncrona na última edição do Congresso. Em breve, a Abraji disponibilizará todos os conteúdos da versão on-line do 17º Congresso, além de algumas palestras da versão presencial, que aconteceu em São Paulo, também no início de ago.2022. O acesso às atividades será exclusivo para associados da organização. Veja aqui como se associar à Abraji.

Os links de acesso aos três conteúdos foram compartilhados no grupo da Abraji no Google.
 

Ferramentas

No dia 19.out.2022, a Abraji listou cinco ferramentas acessíveis baseadas em dados que jornalistas podem utilizar para aprofundar a cobertura das eleições: o Pinpoint, que facilita a pesquisa de jornalistas em arquivos de texto e áudio; o CruzaGrafos, projeto que reúne diferentes bases de dados públicas e permite verificações cruzadas e investigações avançadas de dados; o Publique-se, em que é possível verificar quais processos judiciais de interesse público citam políticos como partes; o Ctrl+X, que identifica políticos e figuras públicas que estejam utilizando o Judiciário para atacar e perseguir a imprensa; e o Aleph, ferramenta que agrega informações do tipo “follow the money”. Leia mais nesta matéria. 

Crédito da foto de capa: cottonbro/Pexels